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Refugiados
Vivemos a maior crise de
deslocamento forçado no mundo, desde a Segunda Guerra Mundial! No entanto, o
Brasil convive com o fenômeno da migração de refúgio de alta proporção, desde
2010, com a chegada de refugiados haitianos que fugiam da catástrofe causada
por um abalo sísmico de janeiro de 2010.
Há uma problemática acerca dos
requisitos para definição da condição de refugiado que não se enquadra aos
refugiados haitianos, pois, pela Constituição Brasileira na lei 9.474, um
refugiado é um imigrante que sofreu “perseguição por motivos de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas” ou foi vítima de “grave e
generalizada violação de direitos humanos”. Contudo, a questão não é se os
imigrantes haitianos são refugiados ou não, mas salientar que há quase 10 anos
o Brasil convive com um fluxo migratório intenso.
No total, 33.866 pessoas
solicitaram o reconhecimento da condição de refugiado no Brasil, em 2017. Os
venezuelanos representam mais da metade dos pedidos realizados, com 17.865
solicitações. Na sequência estão os cubanos (2.373), os haitianos (2.362) e os
angolanos (2.036).
Quando um indivíduo chega ao
território nacional para solicitar refúgio, o Brasil tem a obrigação de acolhê-los
pois é signatário dos principais
tratados internacionais de direitos humanos na ONU, ainda que nem sempre o país
respeite as obrigações resultantes de tratados internacionais.
Ao chegar ao Brasil, o
solicitante de refúgio aguarda a conclusão do processo burocrático do seu
pedido no território brasileiro e, nesse tempo, que dura em média 4 a 6 meses,é
a Cáritas que acolhe e segue auxiliando-os ao longo do processo de análise do pedido
de refúgio.
A Cáritas é uma instituição solidária
da Igreja Católica de mais de 15 mil trabalhadores,
a maioria voluntária, com ação por todo o país, que atende o imigrante
refugiado em três frentes de ação:
-O acolhimento, onde a instituição fornece o básico para a estadia do
refugiado e sua família como alimentação, moradia, roupa e atendimento médico.
-A proteção legal por uma equipe que acompanha todo o processo legal de
solicitação de refúgio com orientação jurídica para garantir que o solicitante
acesse a documentação exigida.
- A Integração local, onde a assistente social da Cáritas, junto ao
refugiado, vai criar estratégias para o recomeço de vida no Brasil, para
aqueles que tiveram sua solicitação de refúgio aceita.
Nessa última frente, são oferecidos cursos de língua portuguesa,
atendimento psicológico e psiquiátrico, encaminhamento para entrevista de
emprego e através de parcerias com o Sistema SENAC/SESC/SENA que possibilita
acesso a cursos profissionalizantes.
Assim, Cáritas, um órgão de caridade, supre a falta de políticas
públicas que deveriam salvaguardar direitos aos imigrantes; políticas públicas
que não atendem sequer as necessidades sociais básicas dos trabalhadores e
trabalhadoras brasileiros, principalmente em tempos de radicalização do
neoliberalimo.
Com 13 milhões de brasileiros desempregados, o Brasil se depara com um fenômeno
migratório alarmante, quando nem como mão de obra barata os refugiados podem ser absorvidos. Os imigrantes
vêm sendo explorados por grifes famosas no mundo inteiro e no país,marcas de
roupas foram flagradas em trabalho escravo, envolvendo imigrantes, como as
empresas Zara, M.Officer, Renner, Marisa, Pernambucanas, Le Lis Blanc e Bo.Bôetc.(
ver https://jornalggn.com.br/noticia/
levantamento-traz-lista-de-marcas-de-roupas-flagradas-com-trabalho-escravo)
É neste complexo contexto que
os assistentes sociais são chamados a atuar junto aos imigrantes, como futuros usuários
das políticas públicas – de educação, saúde e assistência social, especialmente
–, para as quais são encaminhados pelos assistentes sociais da própria Caritas,
que enfrentam as contradições de trabalhar em uma ONG que sempre necessitam de
recursos e políticas públicas para concretizarem suas ações.
Vítimas de
guerras, massacres, violências, usurpações, explorações, os solicitantes de
refúgio e refugiados, como integrantes da classe trabalhadora, não encontram
lugar no sistema do capital, seja transitando pelos países centrais, como
podemos apreender na Europa, na atualidade, seja transitando pela periferia do
sistema, como no Brasil.
Mais uma realidade que revela
o que é central no sistema capitalista: a mercadoria e não os
indivíduos sociais.
Fontes
Bibliográficas:
TV FOLHA - A
nova fase da imigração haitiana, 2015. Disponível em: https://youtu.be/G5a3gtdnZWs.
Acesso em: 10 setembro 2018
Vagner
Junior - GloboNews Especial Os refugiados no Brasil Globosat Play, 2017.
Disponível em: https://youtu.be/5mVpBJZGZ7I.
Acesso em: 10 setembro 2018
Centro de Acolhida a Refugiados. Cáritas
Brasileira Organismo CNBB. Disponível em: http://caritas.org.br/programas-caritas/refugiados. Acesso em: 11 setembro 2018
Solidariedade
e proteção social são algumas das reivindicações de pessoas migrantes,
refugiadas e fronteiriças. Conselho Federal em Serviço Social – CFESS.
Disponível em: http://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/1278. Acesso em: 12 setembro
Número
de estrangeiros que pediram refúgio no Brasil aumenta 161% em 2018; a maioria é
de venezuelanos. Daniela Salerno, Léo Arcoverde e Viviane Souza, GloboNews.
Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/numero-de-estrangeiros-que-pediram-refugio-no-brasil-aumenta-161-em-2018-maioria-e-de-venezuelanos.ghtml. Acesso em: 11 setembro 2018
Dados sobre refugio no Brasil. UNHCR ACNUR Agência da ONU para refugiados. Disponível em: http://www.acnur.org/portugues/dados-sobre-refugio/dados-sobre-refugio-no-brasil/. Acesso em: 15 setembro 2018
Mesa redonda "as
controvérsias do capitalismo dependente: teoria do desenvolvimento desigual e
combinado teoria marxista da dependência e capital imperialista - Dia 4 de outubro, 18h30. Local: Escola de Serviço Social da UFF,
auditório do 4o andar, Bloco E, Gragoatá. Palestrantes Virgínia Fontes, Rodrigo
Castelo e Ana Cristina Oliveira. Inscrições no local.
V Encontro de
Estagiários de Serviço Social do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro -
Palestra "Serviço Social e o Judiciário : Limites e possibilidades nos
últimos 30 anos de inserção profissional no PJERJ, com Ivanete Boschetti e
Tânia Dahmer. Dia 11 de dezembro, 10h,
no Palácio da Justiça, Avenida Erasmo Braga, 115 , Lâmina Central, 4oandar,
Centro, Rio de Janeiro. Inscrições no local
II Colóquio Políticas
Culturais, Diversidade e Desigualdade - tendências contemporâneas das políticas
públicas no Brasil: reflexões a partir da configuração sistêmica SUS, SUAS, SNC
e SUSP Dia 05/10, às 9h30, na sala de
cursos da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), rua São Clemente, 134,
Botafogo, Rio de Janeiro. Não é necessária inscrição prévia.
ENPESS- Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço
Social 2018 – Universidade Estadual do Espírito Santo Data: 2 à 7 de dezembro